Conhecer o outback sempre esteve no
topo da minha lista desde que cheguei aqui na Austrália, mas por diferentes
motivos tive que adiar essa viagem várias vezes.
Um dia desses, por puro acaso,
encontrei voos saindo de Melbourne para Ayers Rock com um preço ótimo e decidi
que era a hora de conhecer o deserto australiano. Achar passagem barata assim
do nada é um sinal para viajar, né?!
O planejamento dessa viagem foi super
fácil já que por lá só tem um único complexo de hospedagem. O Ayers Rock Resort
é enorme e tem opções de acomodação para todos os gostos e bolsos (inclusive
alguns são parceiros do grupo Accor). Dentro do resort tem piscina, quadra de
tênis, playground, centro médico, delegacia, posto de gasolina, restaurantes,
pubs, cafeterias, um mini mercado, uma agência dos correios, spa, salão de
beleza, lojas de souvenir, enfim, tem de tudo!
Eu como já tinha todo o equipamento de
camping e amo acampar, resolvi ficar no camping do resort por apenas AUD$36 por
noite (por barraca). A estrutura do camping é ótima, tem banheiro com chuveiros
de água quente, lavanderia e uma cozinha comunitária com geladeira, microondas,
churrasqueira e várias tomadas.
Para explorar a região, aluguei um
carro por 4 dias pelo site www.vroomvroomvroom.com.au (muito mais barato do que
alugar diretamente com a empresa de aluguel de carro) e gastei AUD$ 450,
incluindo seguro total e combustível.
Roteiro:
Dia 1 - Cheguei
em Ayers Rock na hora do almoço, peguei o carro na empresa Avis (no aeroporto
mesmo) sem a menor burocracia e segui para o resort que fica a 8 Km
do aeroporto.
Quando fui fazer o check-in na recepção
tinha uma fila de espera, então resolvi almoçar primeiro na cafeteria do
resort. Quando voltei já não tinha mais fila nenhuma, fiz o check-in e fui
direto para o camping montar a minha barraca.
Depois de montar a barraca fui até o
Uluru-Kata Tjuta National Park comprar o passe que dá acesso ao parque por três
dias consecutivos. O passe custa AUD$ 25 por adulto, e crianças de 5 a 15 anos
pagam meia.
Passei o primeiro dia passeando de
carro pelo parque e curtindo a vista do Uluru (a atração mais famosa da região)
de pontos diferentes. Quando estava perto da hora do sol se por, parei o carro
no estacionamento Car sunset viewing e fiquei vendo o Uluru mudar de cor.
Uluru sunset |
Depois que escureceu, fui para o Bus
Sunset and Dune Walking Viewing (esse estacionamento é reservado para ônibus de
turismo durante o pôr do sol) tirar foto das estrelas. Nunca vi um céu tão
estrelado na minha vida!
stars Uluru |
Voltei para o resort um pouco depois das
oito da noite, jantei, tomei um banho quentinho e fui dormir.
Dia 2 - No
segundo dia estava chovendo quando acordei, então fiquei na barraca de preguiça
até a fome bater.
Tomei café na cafeteria do resort e
depois fui de carro até o Cultural Centre, localizado na base do Uluru.
Café-da-manhã no Uluru |
Aproveitei que estava chovendo para
conhecer um pouquinho mais sobre a história do lugar e a cultura aborígene. O
centro cultural é bem interessante e vale muito a visita.
Ao lado do centro cultural tem uma loja
que vende pinturas e artesanatos feitos pelos aborígenes, e na hora que eu fui
tinham vários artistas pintando cada quadro mais lindo (e mais caro) que o
outro.
Como choveu o dia todo, passei o resto
do dia lendo na minha barraca. Quase não chove no deserto, e foi chover
justamente quando eu estava lá!
Dia 3 - Acordei
bem cedinho para ver o sol nascer do mirante Uluru Sunrise Viewing -
Talinguru Nyakunytjaku. O céu estava um pouco nublado, mas mesmo assim valeu a
pena ter ido.
Depois de ver o nascer do sol, entrei
no carro e segui em busca de um lugar sossegado para tomar café da manhã. Na
noite anterior eu tinha feito compras no mercado do resort, já que ia passar o
dia todo fora. Comprei para levar: água, pão, geléia de morango, atum
e barrinha de cereais.
Depois de tomar café fui de
carro até o Mala Carpark para fazer a Base Walk, a caminhada em volta do Uluru.
São 10.4 Km de caminhada em terreno plano. Eu levei menos de 3 horas para
completar a caminhada, parando bastante para tirar fotos.
Uluru Base Walk |
Fiquei fazendo hora até o sol se por e
depois voltei para o resort para jantar.
Como estava fazendo aniversário de
namoro, eu e o meu namorido fomos jantar em um dos restaurantes do resort.
Escolhemos o The Bough House Restaurant por ser o mais barato entre as opções
mais “sofisticadas”. Pagamos AUD$ 43 + bebidas (cada) por um menu com
entrada (buffet livre com diversas opções), prato principal (pedido na mesa) e
sobremesa (buffet livre com diversas opções). Estava tudo delicioso!
Dia 4 - Acordei
por volta de 8 da manhã, tomei café no camping e fui de carro até Kata Tjuta
(esse conjunto de pedras que fica a 53 km do resort também é conhecido
como The Olgas) para fazer o circuito completo do The Valley of the
Winds.
The Valley of The Winds circuit walk |
Essa caminhada embora mais curta do que
a caminhada em volta do Uluru, é bem mais puxada. São 7.4 Km no total, com
algumas partes de subida, e essa caminhada requer bastante atenção pois o
caminho inteiro é cheio de pedra.
O lugar é impressionante, muito
diferente de tudo que já vi.
Depois de completar o circuito em mais
ou menos 3 horas, almocei sanduíche de atum dentro do carro enquanto descansava
as pernas para a próxima caminhada, a Walpa Gorge walk.
Walpa Gorge Walk |
A segunda caminhada do dia foi super
tranquila. Fiz os 2.6 Km de caminhada em menos de uma hora, parando bastante
para tirar fotos e apreciar a paisagem.
Pra fechar o dia com chave de ouro, vi
na estrada um monte de camelo selvagem e ainda assisti um pôr do sol fantástico
do mirante Kata Tjuta Dune Viewing area (desse mirante dá pra ver tanto o Uluru
quanto Kata Tjuta).
Uluru from Kata Tjuta Dune Viewing area |
Camelos |
Kata Tjuta Dune Viewing area |
Voltei para o resort assim que
escureceu, tomei banho e fui jantar no mesmo restaurante da noite anterior (não
resisti!).
Dia 5 - Tinha
planos de assistir o sol nascer antes de ir para o aeroporto, mas o dia
amanheceu muito nublado. Acabei ficando pelo camping mesmo até a hora de
ir embora.
OBS: Eu como não quis fazer uma viagem
corrida, resolvi passar 4 dias inteiros em Ayers Rock, mas dá tranquilamente
para fazer tudo o que eu fiz em 2 dias inteiros.
Outras informações:
Aeroporto mais próximo
do Uluru-Kata Tjuta National Park - Ayers Rock Airport
Informações sobre o resort e reservas
de acomodações e tours: www.ayersrockresort.com.au
Informações sobre o parque Uluru-Kata
Tjuta National Park e atividades - www.parksaustralia.gov.au/uluru
Aluguel de bikes
- outbackcycling.com/uluru
Melhor época do ano para visitar o
Uluru - Agosto e setembro. Eu fui no começo de Junho e não peguei nem um dia de
calor insuportável. Eu não aconselho a visita durante o verão, pois o calor
fica de matar (literalmente! Já tiveram muitas mortes por lá devido ao calor
excessivo) e as trilhas ficam fechadas depois de certa hora.
Curiosidades:
- O
Uluru, também conhecido como Ayers Rock, tem 348 metros de altura e é 24
metros mais alto do que a Torre Eiffel.
- Subir
o Uluru não é proibido, mas os aborígenes pedem para que os turistas não
subam por se tratar de um lugar sagrado para eles. Eu embora ame subir
pedras, montanhas e afins, preferi respeitar a cultura local.
- A
trilha para chegar ao topo do Uluru tem 1.6 Km
- O
Uluru-Kata Tjuta National Park tem 132,567 hectares e recebe cerca de meio
milhão de turistas por ano.
- É
proibido o consumo de álcool dentro do parque.
- O complexo Kata Tjuta (The Olgas) tem 546 metros de altura e é formado por 36 pedras.
- Tem MUITA mosca no deserto australiano, nunca vi nada parecido. No mercado e nas lojas de souvenir vendem uma redinha que você coloca na cabeça para se proteger dessas pragas.
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