História, praias caribenhas e calor, muito calor!
Playa Blanca - Isla Barú |
Primeiro, vou esclarecer uma coisa: fui a Cartagena em busca de paz,
tranquilidade e distância de qualquer coisa que me fosse estressar. Não queria
fazer aquele turismo de passar o dia andando e seguindo um cronograma para dar
tempo de visitar todos os locais listados em dicas. Eu queria conhecer a
cidade, sim, mas no meu tempo. Por isso escolhi passar 6 dias nessa pequena
cidade, fui para relaxar. E consegui (em 90% do tempo).
Fui com minha esposa, para mais uma lua-de-mel - completamos 5 anos de
casamento em agosto. Enquanto procurava um destino bacana, de preferência no
calor, a TAM surgiu com uma promoção de passagens que me pareceu imperdível:
comprei por aproximadamente R$1.600,00 as duas passagens, ida e volta, com
taxas inclusas. Em uma rápida pesquisa no oráculo sobre a cidade, não tive
dúvidas e comprei as passagens.
Em agosto, o clima de Cartagena é de um calor abafadíssimo, mas bem
agradável na praia ou mesmo andando pelas ruelas da cidade, quando havia vento.
Sem vento, amigo, complicava.
Pois bem, chegamos em solo colombiano numa terça, em Bogotá. A conexão
nos obrigou a dormir lá, mas só dormir, pois era uma conexão de 9h de duração à
noite. Aqui, já vai uma dica: a melhor cotação de câmbio que encontrei foi na
área de desembarque internacional do aeroporto Eldorado: pagavam COP$800 por
R$1.
O aeroporto de Bogotá me impressionou bastante, pelo tamanho e
modernidade na área internacional. Apesar de estar em reformar, a área
doméstica estava no mesmo patamar dos nossos aeroportos. Na quarta de manhã,
chegamos a Cartagena. Decidi deixar para ter pesos colombianos em mãos somente
quando chegasse, e aí cometi um erro. Dos 4 caixas eletrônicos do aeroporto
Rafael Nuñez, apenas um funcionava. Mesmo assim, não consegui sacar com meu
Master internacional, nem com os cartões de débito da minha esposa. Por sorte,
já nervoso, com as mãos trêmulas, meu Visa me salvou, mesmo com uma cotação de
aproximadamente COP$773 por R$1, menor que a do aeroporto de Bogotá. Consegui
finalmente sacar e pagar o táxi para ir ao hotel: COP$ 9.500, que se
transformaram em COP$10.000, já que é difícil taxista ter VONTADE de dar troco.
Ficamos no Hotel Boutique Las Carretas, dentro da cidade amuralhada,
perto de tudo. O hotel é muito bacana, com um pessoal bem simpático, as
instalações limpas e novas e ar-condicionado funcionando muito bem (ESSENCIAL).
Só pecou no café da manhã, já que não era no estilo buffet, com poucas opções
para escolher. TODO DIA, ovos mexidos com adicionais a escolher, uma bebida quente
(PRA QUE MAIS COISA QUENTE? PRA QUÊ?) e uma gelada.
Cartagena respira história através de suas casas seculares, praças e
igrejas. As ruas mal comportam um carro de passeio e as calçadas são bem
estreitas. As casas coloridas dão um tom charmoso ao passeio, que às vezes é
quebrado pelo mau cheiro do esgoto em alguns pontos.
Os pontos turísticos mais importantes dentro da cidade amuralhada são
muito próximos uns aos outros, e dá pra visitar todos em um dia só. Não deixe
de ver:
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Torre
del Reloj (Torre do Relógio): é o principal símbolo e porta principal de
entrada de Cartagena. Ao lado da torre, há uma estátua de Pedro de Heredia,
fundador da cidade.
Torre del Reloj |
Pedro de Heredia |
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Plaza
de Los Coches (Praça das Charretes): bem em frente à torre do relógio, foi um
mercado de escravos no passado. Pode-se avistar os arcos coloniais do Portal
dos Doces. Hoje em dia, à noite, ficam várias charretes enfileiradas para fazer
passeios com os turistas, com uma explicação dos principais prédios históricos
da cidade. Achei meio mico de turista, ate porque conheci tudo a pé e li a
história nas placas em bronze.
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Portal
de los Dulces (Portal dos Doces): fica na plaza de los coches, atrás dos arcos.
São várias banquinhas vendendo todos os tipos de doces locais. Para os menos
afortunados no espanhol, arequipe significa doce de leite!
Portal de los Dulces |
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Plaza
de Aduana (Praça da Alfândega): é a mais antiga praça da cidade, onde se
localiza a alfândega de Cartagena (séeeerio?). O que achei mais interessante é
que o prédio parece mais turístico que governamental, pelo menos por fora, e dá
a impressão que as pessoas estão ali como que fazendo parte da paisagem das
fotos. Mas faz parte do dia-a-dia local.
Plaza de Aduana |
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Iglesia
y Convento San Pedro de Claver (Igreja e Convento São Pedro de Claver): igreja
do século XVII, nomeada em homenagem ao monge espanhol Pedro Claver, que viveu
e morreu nesse convento. Pode-se visitar pagando COP$4.000 (adultos) ou
COP$3.000 (crianças), mas não entrei. Ao lado, o Museu de Arte Moderna. Também
ignorei.
Iglesia y Convento San Pedro de Claver |
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Iglesia
Santo Domingo y Plaza Santo Domingo (Igreja e Praça Santo Domingo): a igreja
tem uma fachada bem antiga e abriga um museu de um banco colombiano, com
entrada gratuita. A Praça à tarde/noite é bem movimentada, com vários barzinhos
com mesas na própria praça. Foi lá que experimentei um dos famosos patacones colombianos.
Vale ressaltar a presença da escultura A Gorda, de Botero. A cerveja estava até
em conta nos bares, mas o ponto fraco ficou por conta da quantidade de
ambulantes importunando, querendo vender as mais variadas espécies de
quinquilharias. Comemos patacones, papitas (batatas fritas) e duas Cervejas
Club Colombia (promoção 2x1), saindo tudo COP$29.700.
Plaza de Santo Domingo à noite |
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Palacio
de La Inquisición (Palácio da Inquisição): é a sede do Museu Histórico de
Cartagena. O interessante fica por conta da exposição permanente com salas e
diversos equipamentos utilizados pelos inquisidores para torturar hereges no
século XVIII. A sala com uma maquete explicando a história de Cartagena e da
América do Sul também é bacana. Achei a entrada de COP$17.000 cara para as
atrações. Fica na Praça Bolívar, que se mostrou bastante frequentada pelo
locais, até por oferecer sombra agradável até nos dias mais quentes.
Essa dispensa legenda! |
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Cuartel
de las Bovedas (Quartel das Bovedas): construção militar utilizada para defesa
da cidade, com o objetivo de ter os soldados combatendo ou dormindo no mesmo
prédio. Hoje, funciona como comércio de artesanatos. Preços não muito baratos,
mas vale a visita pela infinidade de lembrancinhas disponíveis.
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Plaza
San Diego (Praça San Diego): mais uma praça com barraquinhas de artesanatos e
bares com mesas na calçada. Mais tranquila que a de Santo Domingo e leva
destaque pelos belos mosaicos da igreja ao lado da Instituição Universitária de
Belas Artes e Ciências de Bolívar. Aqui também fica o famoso, luxuoso e
histórico hotel Sofitel Santa Clara, antigo convento da cidade.
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Casa
de Gabriel García Marquez: a curiosidade é só por saber que a casa é do
escritor ganhador do Nobel de literatura de 1982 e que a cidade serviu de
inspiração e cenário para várias obras dele. Vale a passada.
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Café
Del Mar: aqui você pode (E DEVE) acabar seu dia de passeio pela cidade
amuralhada, para ver o pôr do sol. Os preços são bem salgados (cerveja long
neck a COP$9.000 e qualquer drinque besta por COP$18.000), então eu não ficaria
lá sentado esperando o sol poente, seria melhor chegar, bater algumas fotos,
aproveitar a vista e... TCHAU!
Pôr do sol no Café Del Mar |
Fora da muralha, também existem atrações de respeito, que também merecem
ter seu dia reservado.
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Castillo
(Castelo) de San Felipe de Barajas : construção militar espanhola para defender
a cidade de ataques. Vale muito a visita pela vista geral da cidade amuralhada
e pelo próprio passeio pelos diversos túneis e calabouços do castelo. Algumas
alas são bastante escuras, então um celular com flash ou lanterna é essencial.
Para os mais altos, fica difícil andar por algumas delas; eu tenho 1,75m e tive
que me abaixar em vários momentos. Para chegar lá, o táxi sai barato: COP$6.000
(NÃO CONFUNDIR COM CIEN MIL PESOS, eu xinguei muito taxista por isso). A
entrada é COP$17.000. Aqui existem serviços de guia, mas eu não indico; preferi
me perder pelas dezenas de entradas e saídas do castelo.
Castillo de San Felipe de Barajas |
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Monumento
a Los Sapatos Viejos (fica ao lado do Castelo): escultura em bronze
homenageando um dos maiores poetas da cidade, Luis Carlos López, e sua obra
mais famosa:
Adorei o post! Já estive em Cartagena há 2 anos e voltarei em abril! Só na ansiedade! E o post foi mais que especial por causa das cervejas, sou fã! Abraços
ResponderExcluirOi Rafael!!! Esses lugares nos inspiram mesmo né, ficamos só pensando o dia que vamos voltar!!! Espero que aproveite as dicas da cervejas!
ResponderExcluirBeijos. Di.
E Ótimas viagens para nós!
Pena que não dá pra curtir os comentários aqui. :)
ResponderExcluirFonte o texto ficou muito legal!!
ResponderExcluirNão deixando de dar destaque à cerveja APOSTOL hehehehhe
Beijos Di.
Vou a Cartagena em Fevereiro e adorei tua postagem.Estou contando as horas para minha viagem.
ResponderExcluirIaramar
Que delícia!!! Aproveite muito!!!
ExcluirBeijos da Di.